quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sacanearam a Sétima Arte

Não é à toa que as videolocadoras têm sua extinção dada como certa. O motivo óbvio ululante disso tudo é a possibilidade - não tão recente - de baixarmos filmes de alta qualidade via internet. Sites especializados, métodos de busca apurados, downloads instantâneos e certeiros são algumas das várias comodidades que esse serviço proporciona.
Cinéfilo que sou, vou a esses estabelecimentos em busca de filmes antigos, títulos raros, indicações interessantes e, além de tudo, um bom papo cinematográfico . Fico pasmo com o amadorismo e o descaso que os proprietários tocam as locadoras, fazendo disso apenas como mais um ponto comercial qualquer, ignorando que eles lidam com uma forma de arte.
Digo isso pois hoje fui a uma videolocadora e , ao pedir alguns filmes que há tempos estou procurando pela própria internet, sem sucesso, me deparei com uma situação incômoda. Uma proprietária que diz "nem guardo os nomes dos diretores" ou "esse filme eu tinha só em VHS faz muito tempo e não comprei mais" desanima qualquer amante do cinema.
A arte é vendida por sua beleza, por sua singularidade e brilha nos olhos de cada admirador dela. Parte desse processo cativante está no interesse e nos lábios e de quem a vende. E, pelo que tenho visto, a sétima arte nunca foi tão pouco valorizada como atualmente.

domingo, 13 de novembro de 2011

Amor à segunda vista

Eduardo era um qualquer de sua idade. Andava um tanto vazio por aí. Buscava uma pessoa para abraçar todas as sextas, ver filmes aos sábados e ir a almoços de família aos domingos.
Num desses sábados sem filmes, fora com um punhado de amigos ao baile mais famoso daquela cidadezinha do interior. As pessoas iam em trajes floridos, que remetiam uma praia. Fora isso, nada mais justificava o nome do baile do Havaí. Não bebia-se tanto naquela ilha como nessa festa.
O rapaz estava tão à caráter que aproveitou muito bem o litro de rum aberto no esquenta na casa da Joana. Chegou no baile suficientemente empolgado para dançar todas as músicas. E dançou. Mas chegou um momento que algo o incomodou mais que uma simples vontade de ir ao banheiro. Ficou de saco cheio daquele ambiente de música eletrônica, desceu alguns lances de escada e deparou-se com músicas carnavalescas. Era bem verdade que nessas horas ele não era nem um pouco patriota.
Dirigiu-se ao balcão mais próximo daquele corredor, encostou para observar o movimento e foi surpreendido com ao avistar Leila. Eles haviam se conhecido fazia pouco menos de um mês, numa situação tão improvável quanto conhecer o amor de sua vida vida comendo pastel na feira. Ela era ruiva, como Eduardo sempre sonhou, e estava num belo e florido vestido longo.
Então foram conversando como simples conhecidos, foram se envolvendo e, de sopetão um beijo aconteceu. Quando se viram, estavam saindo da festa juntos no carro de Eduardo, cantando em coro a música favorita dele. Chegaram na casa da moça, e o ex dela estava ali por perto, na casa da vizinha dela.
O mais curioso era que Eduardo já havia tido algo com a Cecília. Um balaio de gato que nem ele, nem Leila gostaram de entrar e fizeram questão de sair dali o quanto antes. Acharam paz num lugar distante dali, onde nosso casal se amou durante o resto da madrugada toda e uma boa parte da manhã.
Eduardo levou Leila para casa já passavam das oito da manhã. Chegou lá e a mãe dela a esperava na calçada. Eduardo não era tímido, mas ficou corado e sem jeito. Foi embora o mais rápido possível dali.
No dia seguinte, o moçoilo foi tomado por um sentimento entitulado por ele mesmo como "amor à segunda vista". É que a primeira vista, foi o pastel na feira.