sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Essa postagem é referente ao dia 13/01

O dia começou bem, acordei no mesmo horário que no dia anterior, sem nenhum sinal de cansaço. Tive alguns sonhos estranhos antes do despertar, creio eu que sempre quando durmo em lugares estranhos para mim tais sonhos recorrem em meu inconsciente, nada relevante.
Bocejei, me estiquei naquele colchão duro e me troquei com uma roupa boa apenas para ser surrada.
Cheguei ao refeitório para tomar meu café-da-manhã e achei ótimo o fato de não ter um gato pingado ali, pois no dia anterior aquilo estava um tremendo fervo humano, com exclusiva fila reservada ao pão francês.
Mas foi só o instante de eu tomar o primeiro copo de suco de maracujá que pessoas começaram a atacar vorazmente toda a comida e preencher todas as mesas vagas dali, algo comparável à saúvas cortadeiras acabando com plantas.
De repente um rapaz de rosto familiar se dirigiu a minha mesa e se sentou, perguntando em seguida se eu era o estagiário da Nufarm. Sem hesitar, mesmo com um naco de pão com geléia de goiaba na boca, respondi balançando a cabeça de modo afirmativo e dizendo um sim rápido e baixo, típica voz de quando acabo de acordar.
Perguntei se ele era técnico da empresa, ele retrucou um sim não tão seco quanto o meu. Na sequência o sujeito disse algo do tipo "hoje você vai comigo". Na hora desconfiei de uma nova carona ao invés do Ivan, então soltei um "tudo bem" e voltei escovar os dentes no quarto.
Cheguei na frente do hotel Alquimia (devo uma postagem exclusiva dele) e fiquei ali esperando atrás da sombra de um orelhão. Dez minutos se passaram e a carona que chegou era o Maurício, técnico com quem passei o dia anterior.
Já na loja mal apareci e o Ivan me comunicou que eu iria viajar com o Celso, que no fim das contas era o cara do hotel, que já chegou dizendo que íamos ficar fora uma semana toda e que no mesmo dia iríamos andar até Goiás.
Minha cara não poderia ser a mesma, afinal eu mal tinha chegado em Campo Grande, andado durante cansativas catorze horas num ônibus tosco(outra postagem aqui,talvez eu junte com a do hotel).
Mas como as opções eram aceitar ou aceitar, não tive dúvida em aceitar mesmo, afinal voltando eu ainda teria tempo suficiente para conhecer melhor a capital.
Nos cinquenta primeiros quilômetros de estrada o Celso dirigiu, e combinou comigo que logo saindo da estrada da morte (a lotada de caminhões BR-163) eu iria dirigir.Logo imaginei o quão difícil seria, pois na caçamba havia nada menos que um pulverizador e vários baldes de herbicida.
Quando assumi o volante as coisas melhoraram, pois eu estava com o sono acumulado e não dava a mínima vontade de conversar com o técnico, mas como curto muito dirigir meu sono passou em alguns piscares de olhos.
O cerrado é um pouco menos denso aqui e as cidades continuam tão densas quanto o deserto do Atacama.
Paramos num posto para almoçar e pegar água para o nosso tereré, que havia acabado. Também o Celso toma aquilo demais. Saindo dali, depois de diálogos melhores ( sem tantas respostas monossilábicas como antes) paramos em Chapadão do Sul para abastecermos. Passados uns 40Km chegamos ao primeiro destino, uma fazenda de um cliente muito bom.
Dentro dessa fazenda andei cerca de 15Km de estrada de terra e peguei um buraco enorme, o qual não consegui ver pois ele ficava bem depois de uma rampa numa subida.
Não deu nada além de um furo no radiador, uma saia lateral quebrada, cordas estouradas e um furo na bomba costal.
Tivemos sorte pois dez minutos depois um carro passou ali, levando o Celso para a sede em busca de socorro.
Bom, por hoje é tudo que irei escrever, pois ainda estou esperando no mesmo lugar onde quebrei o carro, sem nada para fazer, nada de água para tomar ( a do tereré tinha acabado), nada ao meu redor além de pasto e cerrado, mosquitos irritantes e um sol escaldante.

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