quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Hoje é uma quinta ensolarada aqui como tem sido meus últimos dias em Paranaíba-MS.
Acordei cedo e tomei o melhor café-da-manhã desses dias, afinal o suco de laranja não estava amargo nem tão ácido,sem contar que a manteiga não apresentava nenhum sinal de ranço.
No campo tudo que ocorreu foi a costumeira rotina de vendedor do cerrado, batendo de fazenda em fazenda pelo nordeste do Mato Grosso do Sul.
Na primeira parada entregamos produtos no quintal de uma dona-de-casa que parecida deveras atarefada com sua filha mimada.
A seguir, numa fazenda chegamos e não encontramos nem dono nem capataz ou algo que pudesse assinar recibos, mas para minha simples felicidade achei um pé carregado de doces e suculentas acerolas,então deixamos a encomenda num galpão velho de madeira podre e cheirando guardado como o porão de uma casa abandonada há décadas.Rapidamente saímos dali e nos dirigimos a uma casa de um dos funcionários da fazenda para comunicar a visita e pedir para que deixassem recado ao patrão.
Na segunda fazenda do dia passamos pelo menos duas horas observando o belo ritual de separação de touros reprodutores e sua elegante marcha naqueles corredores de madeira, onde caminham desesperadamente rumo ao descarte ou à seleção. Felizes são os escolhidos, pois ganham mais uns dois anos de uma vida sexualmente ativa. Juro que prefiro eles no churrasco ou pastando sossegados, tentando pegar matos através da cerca, esticando seus pescoços ao máximo na tentativa de alcançar algo mais suculento aos olhos bovinos.
Depois de perder tempo o técnico que me instrui essa semana conseguiu vender uns dez baldes do seu produto e saiu feliz de lá.
Dali seguimos viagem até uma fazenda relativamente próxima, onde pegamos um pulverizador. Lá fomos recebidos pelo capataz e um ajudante, além de um gigante rottweiler. O grande bezerro preto veio na minha direção no mesmo momento que pisei na grama rala daquele quintal. Bateu em mim um desespero, pois apesar de eu adorar cães não dava para não ter medo daquele monstro. Subi na caçamba e logo que o caseiro chegou dizendo que ele era manso desci e o bixo veio querendo brincar comigo, mas dando pulos que se eu logo não o repreendesse poderiam me derrubar,fácil fácil.
Não é que o cão era manso e dócil mesmo? Seilá, sempre tive receio com essa raça, mas o fato é que esse era muito legal e gostoso de acariciar.
Depois de colocar o pulverizador na caçamba da Strada fomos bem recebidos pelo caseiro e sua esposa, que passou café naquele instante. A casa deles era uma das mais confortáveis casas de fazenda para funcionários que tenho visto ultimamente, toda pintada de cores escuras e com um fogão à lenha de dar gosto.
Saímos dali e o tempo já estava mais para uma tempestade com ventos e trovoadas que para uma leve chuva de verão.
No último compromisso do dia entregamos o pulverizador em outra fazenda também perto dali e depois de dicas de regulagem fomos embora para Paranaíba.
Indo para cidade batemos no portão de um fazendeiro e depois caímos na estrada novamente.
Numa outra postagem conto melhor esse episódio, que foi bem ilustrativo para mim.
Vou nessa porque tenho que acordar 4:30h da manhã amanhã para irmos à Inocência.

Um comentário:

  1. Rapha...
    Muito bom seu blog, muito bom seu texto, realmente uma história de um engenheiro agrônomo!!!
    Estou feliz pela nova etapa que começou na sua vida e torço por você..
    Sabe que pode sempre conta comigo.
    Saudades das suas aulas de REDAÇÃO!!! huahuahua
    Beijos Bruna

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